Vacheron Constantin

[Paulo Girão]

Olá

Grato pelos feedbacks

Não sabia tal coisa ;-) só uso relógio mesmo pelo trabalho pq desde que tenho telemóvel não "preciso" ! Mas trabalho junto a 2 lojas de relógios Frank Müller acho eu que é assim em 2 mão existem lá na montra de 5000€ para cima e na outra mediano qualquer coisa como 23000€ pagam a coisa ;-)

Sim, na média e alta relojoaria paga-se caro... Nos vintages há itens que ultrapassam já a fasquia dos €4000 (caso dos speedmaster pre-moon), outros items com caixa em ouro upa upa! O caso deste aqui representado, em bom estado.

Paulo, julgo que se trata de um modelo de corda manual (não automático), não é assim? Para mim continua a ser um mistério o grau de precisão que se atinge com um mecanismo totalmente mecânico, sujeito a folgas de uso ou tolerâncias de fabrico que necessariamente têm de existir. Se para além disso me diz que se forçaram parafusos maiores em furos mais pequenos, empenando peças e alterando o equilíbrio do sistema, e mesmo assim a coisa ia funcionando, então passamos para a magia pura...

Sim corda manual.
Não tem mistério, pura "lógica" e física. Duas molas controlam a "força motriz", o resto são engrenagens com numero de dentes matematicamente projectados para quando o ponteiro dos segundos (caso haja), ao completar uma volta, sejam exactamente 60s (sincronizados pela mola espiral) Nada misterioso 
Temos mecanismos no mercado vintages que bem revistos e afinados são muito precisos. Esta máquina estava deveras deficitada e como é óbvio não funcionava correcto, que como estava apenas "mexia" (nem sempre)... Neste momento, funciona precisa... Claro que deu muito trabalho, principalmente que e como muito bem diz, foi preciso ajustar todas as folgas e afins, as tolerâncias são muito importantes;)
Mas ficou muito bem afinada e fluída... "Agora já parece um relógio Suíço"

Cumprimentos
Paulo Girão

[Latherão]

(...) o resto são engrenagens com numero de dentes matematicamente projectados para quando o ponteiro dos segundos (caso haja), ao completar uma volta, sejam exactamente 60s (sincronizados pela mola espiral) Nada misterioso

Pois, para mim, o simples facto de haver engrenagens implica que as suas rodas dentadas tenham um jogo mínimo para que se consigam montar e depois se movam. O próprio movimento vai implicar desgaste das peças, o que conduz a folgas cada vez maiores. Soma-se o facto de a força de uma mola ser proporcional à distância a que foi comprimida ou distendida. No entanto a precisão de um relógio deve ser independente de ter muita ou pouca corda...

Não me convence que tudo isto é fácil de resolver numa máquina em que todas as centésimas de milímetro são cruciais. Já sei que na electrónica se trabalha em escalas muito menores, mas aqui o trabalho é essencialmente manual e além disso as peças movem-se...

[Paulo Girão]

Pois, para mim, o simples facto de haver engrenagens implica que as suas rodas dentadas tenham um jogo mínimo para que se consigam montar e depois se movam. O próprio movimento vai implicar desgaste das peças, o que conduz a folgas cada vez maiores. Soma-se o facto de a força de uma mola ser proporcional à distância a que foi comprimida ou distendida. No entanto a precisão de um relógio deve ser independente de ter muita ou pouca corda... Não me convence que tudo isto é fácil de resolver numa máquina em que todas as centésimas de milímetro são cruciais. Já sei que na electrónica se trabalha em escalas muito menores, mas aqui o trabalho é essencialmente manual e além disso as peças movem-se...

Sim, tudo facto e muito importante as folgas, para isso tenho micrometros (vários).
Sim, a mola real ao ser distendida, implica margens de erro que no momento de ajustes tem de se equacionar.
Sim, as folgas, não é fácil  resolver como erradamente por mim mencionado no post anterior.
Tenho também torno para se for o caso fazer novos pivots e afins... Os Rubis, esses duram e duram, a não ser no caso de terem partido e aí não há volta a dar, tem de ser substituído. Por norma, o fabricante já equacionou onde há maior desgaste  e aqui é importante formações para conhecimento dos locais "fusíveis" que quase sempre tem chumaceiras de latão que podem ser fabricadas e ou corrigidas quando ovalizadas... Neste caso aqui tem também duas ferramentas importantes na minha bancada de trabalho, também com regulação em milésimas, para "comprimir" o material e até onde eu ordenar e onde quiser.
Casos há que a chumaceira está tão gasta e é deitada fora e feita outra para o lugar... Nestes casos o aço quase não sofreu desgaste pois o latão é mais macio que o aço, mas também tenho solução para o caso. Não sei se consegue aceder ao instagram, caso sim, poderá ver parte deste processo numas das poucas imagens por mim lá colocadas.
É um prazer para mim fazer estas modificações (caso o cliente/amigo dê carta branca)
Posso dizer que neste momento (de há 10 anos para cá) tenho meu atelier apetrechado e com autonomia para resolver qualquer caso, inclui fazer rodas dentadas, etc.
Veja que relógios por exemplo de 1881, com peças danificadas, onde encontrar disto?, só fazendo.
Somente excepção para os corpos onde são cravados os eixos dos balanços de cilindro (é preciso 2 máquinas especiais), mas que já não vou adquirir, porque não compensa.

Peço desculpa por me ter alongado na escrita.

Bem hajam
Paulo Girão

[Paulo Girão]

não sei porque motivo, as letras ficaram grandes neste último post, as minhas desculpas para tal facto. Obrigado.

[rveladas]

Boa noite Paulo,
Tenho dois relógios danificados que gostaria que desse uma vista de olhos

[Paulo Girão]

Boa noite Paulo, Tenho dois relógios danificados que gostaria que desse uma vista de olhos

Mandei MP