Rasoir A.B.C ou o Kamisori Françês de lãminas DE

[PauloF]

Já por aqui se tinha falado do navalhete de plástico com barra de segurança da 3Claveles.

E se houvesse forma de trocar o plástico pelo metal, o closed comb por open comb e já agora, se em vez de navalhete fosse estilo kamisori?

Bom, o resultado seria algo muito semelhante a esta máquina A.B.C.




Pois é, o quesito da diferenciação ou inovação em termos de segurança dos aparelhos de barbear não é tão recente como se poderia pensar. Desde as guardas de segurança para navalhas passando pelos WECK Sextoblade, também estes com guardas, foram construídas uma série de máquinas cujo conceito assentava na segurança para o utilizador.
 
Infelizmente poucas são dadas a conhecer e ainda menos aparecem nos escanhoados do dia ou SotD. Mas a verdade é que existem várias marcas que apostaram algures durante o século passado, no fabrico de máquinas que aliaram a segurança ao conforto e acessibilidade das lâminas DE. Não seriam somente para os profissionais da barba e cabelo como actualmente e por exemplo a Daunne que está intrinsecamente associada aos barbeiros italianos.

Constata-se pelo estojo desta máquina que esta não seria direcionada ao segmento profissional. A própria existência de um espaço para colocação das lâminas DE sugere a hipótese de ser utilizada como máquina para viagem.


 
À semelhança da 3Claveles também esta máquina é muito segura e intuitiva de utilizar. O estilo Kamisori ajuda muito na manobrabilidade.


 
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Construída de uma só peça, esta é dobrada ao meio criando um efeito mola que abre naturalmente a máquina quando a porca não esta colocada.
 
Na parte inferior tem gravado: Rasoir Fabrication Française, Breveté & Déposé.




 
 
Alem do óbvio conceito, o que é particularmente interessante é o seguinte facto:

O pinos são de dimensão standard, adequados para as nossas laminas DE no entanto estes encontram-se mais afastados que o normal. Este muito ligeiro afastamento faz com que a lamina entre e se fixe com pressão. Este pormenor ajuda a reduzir as micro vibrações da lâmina contribuindo para uma maior suavidade e se este pequeno detalhe parece desnecessário a verdade é que o conjunto top/bottom plate é bastante fino, afinal, recordem-se, é feito com uma só peça dobrada.

Em contrapartida, a remoção da lâmina não é fácil. Não basta virar a mesma para baixo para que caia, torna-se necessário exercer alguma força. É aqui que entra um pormenor de concepção desta máquina que me leva a acreditar que tenha havido uma intencionalidade nesta característica.
A parte de cima ou o top plate se preferirem, não tapa a lamina na totalidade, este é recortado em forma de semicírculo permitindo segurar a lâmina para a posterior retirada da mesma.


 





Infelizmente este exemplar não envelheceu particularmente bem. Há um desgaste acentuado no cromado da parte superior sem duvida provocado pela colocação e retirada da máquina do estojo.

Marcas destas não devem de afastar ninguém destas máquinas antigas e se bem que não sejam desejáveis a verdade é que em nada afectam o desempenho. Este é francamente bom. Mercê de uma exposição e gap perfeitamente normais o escanhoado torna-se confortável e suave.

Em questões puramente funcionais é tão intuitiva quanto o CJB por exemplo, mas devido ao facto de ser basicamente uma cabeçal como os que estamos habituados, a segurança é total. Isso faz com que nos possamos concentrar mais nos movimentos.

Por isso já sabem, queira o acaso que se cruzem com um destes exemplares, não hesitem. Alem do valor histórico ficarão com uma máquina que se mantém tão actual tal como o foi certamente no passado.  

[mc]

Espectacular!
Obrigado.

[guest5676345]

Espetáculo, PauloF.

Muito fixe esse navalhete.

Parabéns pelo artigo, está muito bom, como já nos vens habituando.

[Corto]

Fantástico artigo Paulo. Obrigado! Uma dúvida de ignorante deste tipo de barbear: é necessário ter técnica ambidestra ou só aconselhável?

[guest5676345]

Fantástico artigo Paulo. Obrigado! Uma dúvida de ignorante deste tipo de barbear: é necessário ter técnica ambidestra ou só aconselhável?

Como fazes com uma DE?

Este navalhete, tal como o 3 Claveles e como o Daune, corta dos dois lados.

[mc]

Fantástico artigo Paulo. Obrigado! Uma dúvida de ignorante deste tipo de barbear: é necessário ter técnica ambidestra ou só aconselhável?

É à moda do freguês.
Comigo até se dá o caso de ser igual fazer a barba com a mão esquerda ou com a direita.
O que não posso é trocar de mãos no mesmo escanhoado, é corte pela certa.
Vou treinar nas férias.

[Corto]

Obrigadão Bninho e mc!

[PauloF]

Fantástico artigo Paulo. Obrigado! Uma dúvida de ignorante deste tipo de barbear: é necessário ter técnica ambidestra ou só aconselhável?

De todo! Quer dizer, se desenvolveres a técnica necessária é óptimo na medida em que o barbear se torna mais fluido e rápido. A questão que referes é em tudo idêntica ao que se passa com uma maquina DE convencional. A maioria utiliza-a consoante a sua lateralidade e faz o serviço e depois há uma minoria que desenvolveu o habito de alternar conforme a face que estejam a escanhoar. 

Claro que, por não termos a memoria muscular deste tipo de movimentos a coisa parece complicada mas é ai que reside a beleza deste conceito: é muito permissivo.

[FilipeMatos]

Muito bom parabéns ;-) posso dizer que quando era puto o meu avô tinha algo semelhante ao ABC mas em plástico sendo que o princípio não era a barba mas sim no cabelo! É praticamente igual mas todo ele em plástico! ;-/

[NoName]

Obrigado , Paulo!
É sempre bom observar as
tuas crónicas sobre os
artigos , do nosso BC.
Não sei se já comentaste
sobre a Dixi e a Bohin.
Esta ultima esta na minha
lista de aquisições no futuro.
Cumprimentos.

Enviado do meu GT-I9301I através de Tapatalk

[PauloF]

Muito bom parabéns ;-) posso dizer que quando era puto o meu avô tinha algo semelhante ao ABC mas em plástico sendo que o princípio não era a barba mas sim no cabelo! É praticamente igual mas todo ele em plástico! ;-/

Pois é!! Lembro-me desse pente, a minha mãe também tinha um. 

Obrigado , Paulo! É sempre bom observar as tuas crónicas sobre os artigos , do nosso BC. Não sei se já comentaste sobre a Dixi e a Bohin. Esta ultima esta na minha lista de aquisições no futuro. Cumprimentos. Enviado do meu GT-I9301I através de Tapatalk

Boa ideia, no entanto não tenho uma Bohin, talvez te estejas a referir à Famex?


Mas sim, ambas são máquinas muito interessantes.

[NoName]

Pronto , já está outra em
plano de averiguação.
Começei a pesquisar no
Ebay as Bohin e pensava
que tinhas uma máquina
dessas ... a tua Femex é
muito parecida , com as
Bohin.

Enviado do meu GT-I9301I através de Tapatalk

[Latherão]

Desculpem-me, mas utilizar um aparelho destes é substancialmente diferente de uma máquina DE dita normal:

- numa máquina DE podemos utilizar cada lado da lâmina indiferentemente em cada face. Até podemos usar apenas um lado da lâmina para todo o rosto. Já tive que fazer isso em lâminas que tinham um lado menos afiado que o outro;
- nestes navalhetes com cabeçal para lâminas DE inteiras, se o cabo não estiver sempre a apontar para o nariz teremos que segurar o mesmo atrás da orelha, o que iria obrigar a posições pouco práticas. Para evitar isso, cortamos a barba com um lado da lâmina numa face e com o outro lado da lâmina na outra face. O parafuso que aperta o cabeçal fica sempre virado para fora (no fundo ocupa o lugar do cabo de um aparelho normal).

Julgo que a grande vantagem destes aparelhos tem a ver com o pouco espaço que ocupam em viagem, já que o cabeçal e o "cabo" se situam no mesmo plano, não sendo necessária a sua desmontagem...

[NoName]

Para mim é tudo igual.
Seja navalhete convencional
... de duplo gume , tipo
kamisori , ou seja qual for
a máquina é tudo com a
mão direita . Tive de me
adaptar , porque com a
mão esquerda sou analfabeto.

Enviado do meu GT-I9301I através de Tapatalk

[aykaramba]

Para mim é tudo igual.
Seja navalhete convencional
... de duplo gume , tipo
kamisori , ou seja qual for
a máquina é tudo com a
mão direita . Tive de me
adaptar , porque com a
mão esquerda sou analfabeto.

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Igualmente, a mão esquerda é para esquecer. Curiosamente, a comer, uso a faca na mão esquerda. Mas pronto, uma vez que no barbear a intenção não é cortar bifes, tem que ser mão direita.