Eu lamento profundamente, muito profundamente mesmo, que alguns brasileiros, referindo-se ao nosso próprio País, tenham passado ao confrade português a imagem do Afeganistão.Com certeza, prestaram um grande desserviço ao Brasil. Aos confrades portugueses eu digo: aqui não é nada disso que falaram.
Diante das informações que foram prestadas e, principalmente, pela forma como foram prestadas, o amigo de além-mar não errou ao pensar que o Brasil se parece com o Afeganistão. O cidadão nunca veio aqui e pouco sabe a nosso respeito. Ele perguntou sobre o custo de vida e acerca das oportunidades de trabalho. Mas logo advertiram-no que jamais venha, que tivemos não sei quantos milhões de homicídios em 1 mês, que os funcionários públicos só fazem roubar, que todo salário será pouco para sobreviver, que não se pode sair à rua, que nada funciona, que a população é miserável... Aí o confrade lusitano concluiu - e com razão: Brasil = Afeganistão, exceto pelas mulheres gostosas que andam peladas. E qual seria o proveito, a vantagem ou a utilidade de fazer o confrade português supor que isso aqui é o Afeganistão, quando nós sabemos que não é? Espantá-los todos para que não venham "tomar nossos empregos"?Me desculpem pelos excessos, mas eu defendo meu País, apesar de não concordar, obviamente, com muitas coisas que acontecem por aqui. Alguém já leu neste fórum os confrades portugueses criticando Portugal de tal forma? Já viram um americano fazendo isso? Um inglês, um francês, ou um coreano? Muito ao contrário, o que eu percebo são vários portugueses privilegiando sua nação até nas menores coisas, como, por exemplo, quando dão preferência absoluta aos produtos "barbísticos" de Portugal.Não é ufanismo. É apenas patriotismo. Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá. As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá.
Perceberam que quase todos (há exceções) que responderam à pergunta do confrade só fizeram apresentar relatos os mais negativos possíveis? Esta a minha insatisfação.
Não estou apelando para o sentimentalismo, muito menos pretendo esconder qualquer coisa. O recurso à Canção do Exílio foi apenas para desanuviar o debate. A questão é: vai um abismo entre informar e fazer o homem pensar que isto aqui é o Afeganistão. Perceberam que quase todos (há exceções) que responderam à pergunta do confrade só fizeram apresentar relatos os mais negativos possíveis? Esta a minha insatisfação.