No meu caso, já estou "velho" para mudar agora a forma de escrever. Até porque isso me parece forçado e não é o mais importante. O Vasco Graça Moura deu um exemplo excelente: do lado de cá escreve-se "exactamente", pois a presença do "c" faz abrir a pronunciação do "a". No caso do Brasil, fala-se "exatamente" e cá será algo como "exátamente".Para que nos entendamos melhor, é muito mais importante a forma como se constroem as frases (escritas ou ditas) do que a grafia. Nos tópicos que coloco aqui no fórum tento ter esse cuidado, até porque temos leitores de vários paises que não dominam completamente a forma como se escreve por cá. Parece-me que isso é muito mais importante que dúzias de regras ortográficas escritas num papel.
Prezados,A reforma ortográfica é tão somente a unificação (e simplificação talvez) das regras gramaticais. Até 2009 exisitam duas formas "oficiais" da lingua portuguesa. Os regionalismos, o sentido figurado, os sotaques...tudo se manterá. O que se espera (e somente com o tempo veremos se o acordo obteve sucesso) é que a bagagem cultural da lingua não se perca e que a troca cultural entre os países lusófonos aumente. Isso faz sentido num mundo mais globalizado e em termos oficiais. Explico-me: um padrão de linguagem oficial é necessário para documentos internacionais, vide a ONU, por exemplo. O Manual de Redação da Presidencia da Répública no entanto não estabelece um padrão oficial de linguagem mas apenas regras gerais para o bom entendimento das comunicações oficiais...coisas do Brasil. Com relação à troca de experiências culturais, na Universidade de Brasília (onde tive o privilégio de estudar), há diversos alunos de Angola, Cabo Verde e Moçambique. Se queremos ser grandes como país/nação temos o dever de estender a mão aos menos afortunados. O Brasil tem vários problemas mas somos um povo que dá boas vindas a estrageiros de uma forma única. Claro que sempre há alguma gargalo ou entrave cultural, como eu mesmo já presenciei, mas de um modo geral os estrangeiros que falam português são bem acolhidos aqui. Talvez em 100 ou 200 anos o Brasil se torne, verdadeiramente, um país de primeiro mundo.O acordo ortográfico não foi concebido pelo atual governo Lulla (sim, com dois LL, para ficar similar a outro presidente muito parecido em termos de ética e governo). O acordo está sendo planejado desde meados da década de 90. Se não me engano já em 1988 se discutia uma forma de "unificação" das regras gramaticais. O ex-presidente (que posteriormente se tornou embaixador do Brasil em Portugal), Itamar Franco, foi um dos que incentivou grandemente as discussões acerca do acordo. No mais, faço coro com os demais colegas. Sou por demais velho para aprender a escrever de outra forma, ainda que a atual esteja longe de ser perfeita! Abraços!-Barbeiro
Compreendo sua posição, mas veja:O Brasil recebe muito bem os estrangeiros. Infelizmente, não apenas os estrangeiros estudantes. Recebe bem também os ilegais que vêem dos citados países. Quem já presenciou o dia-a-dia nas imundícies (física e moral) dos portos brasileiros sabe bem do que estou falando.Essa suposta aliança cultural que deveria existir entre os países lusófonos só é lembrada pelo governo quando pretende se fazer de "bom moço" e aceitar qualquer coisa em virtude da política da boa vizinhança. Vamos ser sinceros, nossos estadistas estão cagando e andando pouco se lixando para a cultura nacional, imagina para a cultura estrangeira interagindo com a nacional.Com certeza o acordo ortográfico não foi concebido pelo governo Lula. De fato, não existe capacidade ao atual governo para tanto. Mas, foi este governo quem referendou essa blitzkrieg à língua nacional.Como já disse, sou absolutamente contra a reforma ortográfica. Apóio incondicionalmente os motivos que levaram a ela, mas a reforma em si foi extremamente equivocada.Não tenho a menor vontade de escrever de acordo com ela, mas acredito que no Brasil será obrigatório a partir de 2012. Alguém sabe como ficará a situação dos advogados, magistrados, membros do parquet? Alguns dos citados não se atualizam nem quanto às reformas processuais....Quote from: Barbeiro on June 10, 2010, 03:54:02 pmPrezados,A reforma ortográfica é tão somente a unificação (e simplificação talvez) das regras gramaticais. Até 2009 exisitam duas formas "oficiais" da lingua portuguesa. Os regionalismos, o sentido figurado, os sotaques...tudo se manterá. O que se espera (e somente com o tempo veremos se o acordo obteve sucesso) é que a bagagem cultural da lingua não se perca e que a troca cultural entre os países lusófonos aumente. Isso faz sentido num mundo mais globalizado e em termos oficiais. Explico-me: um padrão de linguagem oficial é necessário para documentos internacionais, vide a ONU, por exemplo. O Manual de Redação da Presidencia da Répública no entanto não estabelece um padrão oficial de linguagem mas apenas regras gerais para o bom entendimento das comunicações oficiais...coisas do Brasil. Com relação à troca de experiências culturais, na Universidade de Brasília (onde tive o privilégio de estudar), há diversos alunos de Angola, Cabo Verde e Moçambique. Se queremos ser grandes como país/nação temos o dever de estender a mão aos menos afortunados. O Brasil tem vários problemas mas somos um povo que dá boas vindas a estrageiros de uma forma única. Claro que sempre há alguma gargalo ou entrave cultural, como eu mesmo já presenciei, mas de um modo geral os estrangeiros que falam português são bem acolhidos aqui. Talvez em 100 ou 200 anos o Brasil se torne, verdadeiramente, um país de primeiro mundo.O acordo ortográfico não foi concebido pelo atual governo Lulla (sim, com dois LL, para ficar similar a outro presidente muito parecido em termos de ética e governo). O acordo está sendo planejado desde meados da década de 90. Se não me engano já em 1988 se discutia uma forma de "unificação" das regras gramaticais. O ex-presidente (que posteriormente se tornou embaixador do Brasil em Portugal), Itamar Franco, foi um dos que incentivou grandemente as discussões acerca do acordo. No mais, faço coro com os demais colegas. Sou por demais velho para aprender a escrever de outra forma, ainda que a atual esteja longe de ser perfeita! Abraços!-Barbeiro