Acho que aqui ainda não levantou voo...1º - "A velha guarda dos barbeiros" está-se marimbando para tudo isto.Parecem que nos fazem um favor se pedirmos uma toalha quente, sem contar as vezes que tenho de ser eu a instruir o barbeiro, a par e passo.Nunca viram um sabão duro, um ASB de topo ou qq outro material que leve. Para mim acabou o pincel imundo e a taça toda suja que por lá anda...Vai sempre o meu set de casa, tudo mesmo, de A a ZE quando digo ao barbeiro para usar a MINHA pedra-hume e o MEU ASB à vontade, que têm o "gesto somítico", um spray na ponta dos dedos (que aquilo, a pedra e o ASB Skino deles, tem de render para mil ou mais clientes...) e o cantito da (minha) pedra-hume que mergulham numa taça cheia de água fria que já lá está há anos..."Como? Água corrente fria na face e pedra bem molhada na torneira, faz favor...E pode pôr à vontade que é tudo meu, gosto de sentir o ASB a hidratar..."E ao fim? Preço igual...E sou dos esquisitos, dizem-me 2º...Será que todo o barbeiro moderno tem de ter tatuagens? Será imagem de marca?
As tatuagens realmente parece que estão ligadas aos barbeiros / cabeleireiros modernos.O problema é que se alguém abrir uma barbearia que faça as coisas como deve ser e use material bom, pelos preços que vai praticar, vai ter muito tempo livre. É pena, mas na minha opinião é mesmo assim. O Português não está pra essas "modernices", ainda pra mais, mais caro. Era capaz de se safar em zonas ricas que as pessoas gostam de mostrar o que fazem.É pena...
A propósito do testemunho do udrako, eu pensava mesmo que seria interessante uma barbearia aonde cada cliente tivesse guardado seu conjunto pessoal de hardware e software, que seriam vendidos pela própria barbearia. Considerei, além da higiene e da individualização dos custos, com arranjos de preços variados, que seria uma forma extraordinária de fidelização.Não sabia que já existiu tal empresa.
Acho que há muita coisa a abrir e à procura da sua identidade. As tatuagens, creio que são os barbeiros "trend" que têm o seu público bem definido - urbanos, alternativos, ou há quem lhes chame de "hipsters".Têm uma empatia com o antigo, mas é só isso. O know-how não está lá. O que interessa é a "imagem" de ser diferente, ser alternativo, usar "coisas" antigas em vez de modernices, mas ao mesmo tempo misturar conceitos modernos - tatuagens, roupas urbanas e cortes de cabelo "fashion"(Image removed from quote.)
Ao serem vendidos pela própria barbearia, imagina o custo para nos como utilizadores e o stock que a barbearia haveria de ter... quantidade e diversidade...Cada um a levar o seu kit, até pro barbeiro era bom. Levava o mesmo preço que se usasse o seu material, mas usava o do cliente. Toda a gente ganhava.A mentalidade Portuguesa não me permitiria deixar o meu creme / sabão, pincel e navalha no barbeiro, não me sentia à vontade porque não sabia ao certo se ele iria usar em alguém ou não.Sei que teríamos que confiar na pessoa, mas custava-me muito. Afinal de contas, já ouvi vários relatos de pessoas próximas que trabalham em cabeleireiras. É que no final, numa situação dessas o ser um "Gentleman" ou um "cavalheiro" é a última coisa em que iriam pensar.Espero ter-me feito entender.
Ora, um conjunto custaria o mesmo que custa para você tê-lo em casa. Mas também o cliente poderia trazer o seu próprio, se assim preferisse, apesar de não ser o ideal para o modelo de negócio que andou pela minha cabeça, já que a empresa perderia uma das suas fontes de receita.Quanto ao mais, bastaria dar a chave do armário ao freguês. Não creio que o barbeiro fosse violar a tranca só para usar produto alheio, porque aí a coisa já descambaria para o furto qualificado. Para além disso, em desconfiando plenamente do barbeiro, o consumidor também poderia levar as coisas para casa. Enfim, a concessão do armário seria uma comodidade, usufruída, decerto, facultativamente.
Mas é justamente este o escopo: fazê-lo ir sempre à mesma barbearia e com mais frequência.