Vamos aos comentários...
Quando re-encabei a navalha de inox, não tive maiores dificuldades, inclusive na questão da furação do pino de articulação da lâmina. Quando desmontei a Gold Dollar, percebi que o pino em questão tinha diâmetro de 1/16". Pode até ser o padrão para navalhas, mas é demasiadamente fino na minha opinião. Resolvi trocar para 1/8".
Para tanto, foi necessário re-furar a lâmina. Aqui, encontrei a primeira razão pela qual as navalhas de aço carbono são melhores na retenção de fio... A têmpera do aço, é absurdamente dura... A operação de re-furação, que deveria ser simples e rápida, mostrou ser um verdadeiro tormento para a broca.
Outro fato interessante encontrou explicação... A Gold Dollar é extremamente assimétrica na hora de fechar. A lâmina praticamente esbarra numa das talas do cabo. Após a desmontagem entendi a razão...
Na minha navalha de inox, a haste (espiga), tem suas paredes laterais PARALELAS, ou seja, sua seção é retangular. Ao apoiar a lâmina na lateral para furar, a broca consegue fazer um furo ortogonal à peça. Na Gold Dollar, a haste tem as paredes laterais em ângulo, ou seja, sua seção é TRAPEZOIDAL. Ao apoiar para furar, a broca desce em ângulo e o furo não sai ortogonal. Uma lâmina furada dessa forma, NUNCA fechará centralizada dentro do cabo.
Até aí, nada de surpresas, afinal, a Gold Dollar tem acabamento visivelmente "matado", tosco. Graças à sua têmpera, consegue manter uma afiação eficiente. Se dependêssemos do acabamento...
Aproveitei a sugestão do confrade Bruno e executei o calço das talas em forma de cunha. Decidi usar o mesmo material das talas, de forma que não houve nenhum tipo de contraste de cor/brilho no local.
Ficou bonita?!? Creio que sim... Mas continuo achando que a beleza não acompanha o uso. Por mais bem tratada que seja, nenhuma madeira será melhor que plástico num artefato destinado a enfrentar umidade...