Barbear Clássico
Café Central => Cerveja, tremoços e amendoins => Topic started by: Lusitano on October 16, 2022, 10:21:05 am
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Sem conseguir reembolsar um empréstimo concedido por um fundo da Haitong Bank, a empresa Ach Brito, com mais de 100 anos de existência, passou a ser detida a 100% pelo fundo, avança o Negócios.
https://observador.pt/2022/10/14/fundo-do-haitong-bank-ficou-com-100-das-acoes-da-empresa-portuguesa-ach-brito-por-apenas-um-euro/
Normalmente esses fundos não costumam ficar com essas empresas, acabam por vender a eventuais interessados. E eventuais interessados pode ser apenas pela gama de luxo Claus Porto, porque o resto não é muito apetecível, digo eu. Uma coisa é certa, vão haver alterações e pode mesmo sair do mercado mass market.
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Tb já tinha lido essa notícia no fim de semana.
O meu receio é precisamente o contrário: que deixem o mercado de luxo e passem a ser mais uma marca de mass market, valorizada apenas por alguns mais velhos que se lembram dos nomes Ach Brito e Claus Porto.
O mercado de luxo exige muito investimento em publicidade e marketing (tradicional e digital). Não basta ir uma vez à Oprah e aparecer nos programas da televisão portuguesa da manhã e da tarde. É preciso uma presença constante, e de muitos anos.
Ser português tb não ajuda. Seria mais fácil se fosse francesa ou italiana (é por isso que marcas portuguesas de calçado e vestuário optam por nomes estrangeiros).
Evidentemente não vai ser o Haitong a tomar essas decisões. O Haitong vai procurar a melhor forma de minimizar o seu prejuízo. Espero que seja o menos doloroso possível e que a empresa se mantenha a fazer o que sabe fazer bem.
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O fundo de Asset Management do Haiton Investment Bank comprou a Ach Brito pelo valor da marca. Agora vão aplicar algumas "melhorias" a nível de gestão, meter um amigo na administração da empresa, limpar balanços e daqui a uns anos vendem a uma outra empresa que queira mais um pouco de quota de mercado.
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O fundo de Asset Management do Haiton Investment Bank comprou a Ach Brito pelo valor da marca. Agora vão aplicar algumas "melhorias" a nível de gestão, meter um amigo na administração da empresa, limpar balanços e daqui a uns anos vendem a uma outra empresa que queira mais um pouco de quota de mercado.
Não foi bem isso que aconteceu (pelo menos não foi isso que eu li). O Haitong não escolheu comprar a Ach Brito. O banco ficou com as ações quando a Ach Brito não conseguiu pagar o empréstimo.
Agora vão querer minimizar o prejuízo rapidamente.
O processo que indicas consegue o máximo valor pela empresa mas demora anos a completar. O outro extremo é simplesmente abrir falência e vender todos os ativos da empresa (liquidar a mesma). Entre um e outro há algumas alternativas.
O mais provável é pedirem uma auditoria e a partir daí decidirem se há hipótese de vender com ou sem redução de passivo (implica meter ainda mais dinheiro na empresa). Em minha opinião dificilmente quererão meter-se na gestão e prolongar o assunto.
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Esta foi a informação que me foi fornecida por um trabalhador do Haitong Investment Bank. Quais são as reais intenções, obviamente que as desconheço.
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O meu receio é precisamente o contrário: que deixem o mercado de luxo e passem a ser mais uma marca de mass market, valorizada apenas por alguns mais velhos que se lembram dos nomes Ach Brito e Claus Porto.
Pelo que me parece, as vendas de produtos mass market é residual nos dias de hoje. Os sabonetes poucos usam, hoje em dia o que se vende é gel de banho. Cremes e sabões de barbear mass market ainda menos, é um nicho de mercado. Manter linhas de fabrico a fabricar Patti, Rosalface, Lavanda, etc, que depois se vendem por cêntimos não me parece que seja muito rentável. É mais rentável manter linhas a produzir produtos de cêntimos que depois se podem vender por dezenas de euros nos mercados internacionais.
Aliás, até digo mais, se a Ach Brito não tivesse apostado na internacionalização, com a Claus Porto, já tinha falido há anos.