[Trollaram Portugal] Financial Times sugere que Portugal seja anexado ao Brasil.

[oversaturn]

É uma "moda" muito em voga agora: utilizar superfícies cultiváveis (que supostamente produziriam alimentos) para passa a cultivar o chamado "combustível verde". Tem muito que se lhe diga... Como se a plantação intensiva não tivesse sérias consequências ambientais, mas enfim...
E de repente o preço das matérias primas alimentares tem sofrido aumentos loucos... porque será? Porque dantes, as superfícies cultiváveis que produziam milho, trigo ou arroz, de repente embarcaram na loucura do biodiesel ou do etanol.

Quanto a Portugal, claro que temos muita miséria e gente que passa necessidades. Só quem não tem olhos é que não vê. Mas o mesmo se pode dizer de qualquer país Europeu ou Norte-americano, do chamado "primeiro mundo". Nem sequer somos o país mais assimétrico da Europa. E a situação portuguesa (em relação a esta questão) nem sequer se pode comparar com a de países como a China ou a Índia, ou talvez até mesmo o Brasil.

O que se passa é que estes países estão agora a dar um salto tecnológico enorme, e a ter um crescimento enorme enquanto a Europa olha para o seu umbigo e estagna. E por este andar, já não falta muito para que a Europa seja ultrapassada por estas economias.

[Captain Flint]

O que se passa é que estes países estão agora a dar um salto tecnológico enorme, e a ter um crescimento enorme enquanto a Europa olha para o seu umbigo e estagna. E por este andar, já não falta muito para que a Europa seja ultrapassada por estas economias.

Acho que tens uma visão uma bocado negativa da Europa, Emanuel. O salto tecnologico de que falas serve sobretudo a algumas empresas dos BRIC e não tem (pelo menos por enquanto) um impacto significativo na sociedade desses mesmos paises. Os avanços tecnologicos destinam-se sobretudo a produzir mercadorias para se exportar. E para onde? Sobretudo para os EUA e para a Europa.

Se o "Primeiro mundo" se enterrar cada vez mais na recessão, vais ver como os BRIC vão ter dificuldades em manter o crescimento economico. Se a produção não for escoada para o estrangeiro, não me parece que os habitantes desses paises a consomem inteiramente...  

[oversaturn]

É verdade, a maior parte das mercadorias actualmente produzidas por esses países é para exportação para os mercados ocidentais.

Mas também é verdade que a sociedade nesses países está lentamente a mudar. Pode demorar, mas se provavelmente chegará o momento em que o poder de compra médio nesses países subirá o suficiente. Não é por acaso que países como a China e a Índia não são apenas economias em crescimento: são também mercados em crescimento.

Olha, por exemplo: um dia, chegará a altura em que a população chinesa ou indiana terá um poder de compra que permitirá, por exemplo, que a maioria das famílias tenham automóvel, tal como no acontece há décadas no Ocidente. Imagina o impacto que isso não terá na economia! E as consequências no preço do combustível, já agora...

Eu não tenho uma imagem negativa da Europa. Mas acho que a Europa (e os EUA também) por vezes é um pouco "snob", do modo como olha para certos mercados e economias. Esses países em crescimento são boas oportunidades, e a Europa podia apanhar o barco, investir nesses mercados em crescimento e dessa maneira, quem sabe, dar assim um empurrão à economia caseira. Mas continua a vê-las como "países subdesenvolvidos". Não arrisca, não investe e prefere especular na bolsa... com os resultados que se viram.

[Flório]

Penso que comparar as realidades econômicas de Brasil e Portugal apenas tem cabimento se levamos em consideração nossa história comum, lá no tempo do mercantilismo colonial. Aí podemos discutir as heranças coloniais brasileiras ou como foi que portugal perdeu o controle do comércio colonial para a Inglaterra.
Mas após o tratado de Maastricht, de 1992, a Europa propôs uma projeto liberal próprio, com algumas características, que alguns confrades já lembraram, que diferenciam muito a Zona do Euro dos Bric's.
O Brasil tomou um grande impulso rumo à estabilidade econômica, passamos de devedores para credores dos organismos financeiros mundiais, enfim, organizamos a casa. Agora, muita prudência, pois esses "especialistas" de mercado falam cada bobagem, uma pior que a outra, só pra vender jornal.

[oversaturn]

Quanto ao artigo em questão, apenas se pode entender aquilo como o que realmente é: a crónica de humor do Financial Times.

Aquilo é um inglês que acha que Portugal devia ser anexado pelo Brasil. Graças a Deus que é apenas a opinião dele.

Eu se calhar até posso ter a opinião de que o Reino Unido devia ser anexado pelos EUA ou pela Austrália. Mas graças a Deus que é apenas a minha opinião.

[Captain Flint]

Eu se calhar até posso ter a opinião de que o Reino Unido devia ser anexado pelos EUA ou pela Austrália. Mas graças a Deus que é apenas a minha opinião.

Roubaste-me as palavras da boca, Emanuel! 

[hg.neto]

Concordo com os portugueses... Exceto em uma coisa:

A partir do momento que o os países ditos de primeiro mundo pararem suas importações isso não afetará os BRIC, já que nesse momento iremos direcionar os produtos ao mercado interno ou a outros países que, nesse momento, estarão crescendo. É uma necessidade simples do mercado (Adam Smith wins).

Sobre as desigualdades, PIB e renda per capita é complicado adentrar a questão sem ter uma tendência socialista, o que de fato não é meu perfil. Então deixo para outro tópico.

Sobre a matéria: é claro que foi uma piada mais elaborada e alguns se sentiram ofendidos graças ao nacionalismo. Nada mais justo, inclusive acredito que é isso que mais falta ao brasileiro: nacionalismo, ter orgulho de sua pátria. E isso é outra coisa que me irrita profundamente e falaria por horas e horas, principalmente sobre os "europeus" que temos no Brasil com dupla cidadania (aff).

Vejam bem, eu tenho cidadania italiana e não me julgo europeu como muitos que conheço nessa vida, porque eu sei que não sou e eles não são também.

Gente assim devia ser extraditada do Brasil e para serem "bem recebidos" em sua verdadeira pátria 

O Flório também agiu acertadamente em sua colocação. Agora a questão é desenvolver cada vez mais e tentar eliminar algumas anomalias que existem no Brasil, mas pra isso vão anos e anos, décadas.

[hg.neto]

A grama do vizinho é sempre mais verde...

lolwut?

O que eu quis dizer é que o oversaturn diz que o Brasil esta crescendo muito, mas para nós que conhecemos a realidade, não é bem assim que funciona aqui.

O Brasil está crescendo sim, os números não mentem.

Um crescimento no PIB de 9% em 2010 (acho que foi isso) é impressionantes e, como já foi dito, "ritmo chinês".

Só que isso não significa que tudo mude da noite para o dia, afinal, a título de exemplo, cada real aumentado no salário mínimo gera um impacto de 300 milhões no orçamento da União.

Acredite, o aumento que o SM teve no começo do ano, mesmo que pífio em termos práticos, representa um grande avanço ao país e demonstra toda a boa disposição dos empresários estuprados pela carga tributária desse país.

Grande abraço!

PS: apesar de tudo, ainda sou anti PT hehehehehe

[JLTG]

Outro fato é a má aplicação dos recursos públicos e a ineficiência do serviço prestado pelo governo!

[eduzaneti]

Neto não discordo de nada do que voce disse. A carga tributaria realmente derrete o empresário.

É a mesma idéia do josé Luís no comentário acima...é tudo mau administrado

[brg]

A grama do vizinho é sempre mais verde...

lolwut?

Grama == Relva.

Anda aí muito boa gente a forrar os bolsos à custa de ratings e dívida soberana. Acabou a "mama" do sub-prime e afins, tinham que se virar para algum lado... O que é preciso é acalmar os mercados!
Aconselho a leitura deste artigo do Paul Krugman (só foi prémio Nobel da Economia).