Author Topic: Uma Gilette para recuperar  (Read 13510 times)

Offline edulpj

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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #15 on: May 30, 2014, 12:57:29 am »
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Um banho de níquel sem apassivamento, não duraria nem um terço do tempo que um aparelho DE dura..
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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #16 on: May 30, 2014, 01:05:12 am »
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Um banho de níquel sem apassivamento, não duraria nem um terço do tempo que um aparelho DE dura..

Eu não percebo nada disto, o que li algures foi que o níquel resistia à corrosão e o crómio à tração e sei que são vendidas máquinas (mesmo o mesmo modelo de máquina) que dizem ser umas níqueladas e outras cromadas. Será que têm umas mais crómio que as outras, ou têm outro tipo de proteção?

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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #17 on: May 30, 2014, 08:39:25 am »
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Eu tenho quase a certeza absoluta que algures existe uma casa especializada em trabalhos deste de recuperação, isto são peças que contam a nossa historia e faz todo manter-mos e recuperarmos estas relíquias.

Offline edulpj

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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #18 on: May 30, 2014, 04:34:16 pm »
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Eu não percebo nada disto, o que li algures foi que o níquel resistia à corrosão e o crómio à tração e sei que são vendidas máquinas (mesmo o mesmo modelo de máquina) que dizem ser umas níqueladas e outras cromadas. Será que têm umas mais crómio que as outras, ou têm outro tipo de proteção?

Não sei dizer em antanho, mas atualmente, NÃO EXISTE banho simples de níquel. Não importa se é para-choque de automóvel, se é aparelho de barba, se é torneira, se é farol de motocicleta, todo banho de níquel atualmente, SEM EXCEÇÃO, é apassivado com cromo.

Nem é difícil entender a razão... Quem já se aventurou a furar uma peça metálica de aço carbono, percebeu que este judia muito menos da broca que uma peça de aço inoxidável. O aço inoxidável é aço liga com alguns componentes, mas PRINCIPALMENTE cromo. O cromo tem uma resistência medonha ao desgaste por abrasão. É por essa razão, que a última camada do processo de niquelagem, é feita com cromo. Mas é uma camada bastante tênue. Na maioria dos banhos, não chega a 30 segundos. Mesmo sendo tão tênue, consegue reforçar extremamente as camadas de níquel.

Mas o maior inimigo da niquelagem, não é nem abrasão, nem agressão química. Se observarmos a primeira foto que iniciou este tópico, perceberemos que a "tampa" do aparelho (onde está escrito Gillette em alto relevo), está toda rugosa. Nesses pontos, o revestimento de níquel continua lá, mas mesmo assim a irregularidada da superfície é notória...

Esse processo, COMEÇOU DE DENTRO PRA FORA... Essa corrosão que acontece abaixo da superfície de níquel, ocorre pois a superfície não foi corretamente tratada ANTES de iniciar o banho galvanoplástico. Gordura ou outros tipos de sujeira, interpuseram-se ao material da base (latão no caso) e ao material da cobertura (níquel).

É uma bomba relógio. Demora a explodir, mas quando acontece, pouco pode ser feito. Para re-niquelar a peça, será necessário remover toda a cobertura original. Muitos fazem isso por abrasão, mas o correto é fazer o processo galvanoplástico INVERSO e só depois lixar para remover a rugosidade e polir para devolver a qualidade da superfície. Antes de re-niquelar, a remoção total de gorduras e outros tipos de sujeira, é mandatória se pretende-se que o processo de corrosão de dentro pra fora não volte a ocorrer.

Mas o maior problema no caso da peça em questão, é que esse lixamento/polimento, vai MUITO PROVAVELMENTE atacar a marca Gillette que está em alto relevo na peça. Se não se agir com precisão de relojoeiro, a peça pode ser "matada" e todo o trabalho vai pro ralo...

Já fiz restauração de armas, bicicletas e carros antigos, onde havia profusão de superfícies cromeadas. Na imensa maioria dos casos, não vale a pena re-cromear...

Não é à toa que hoje nenhum fabricante que queira fazer um aparelho DE de alta qualidade vai se meter a usar latão cromeado. Os tops vão optar certamente por aço inoxidável...
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Offline Luís Carlos

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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #19 on: May 30, 2014, 05:17:48 pm »
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Há niquelamento por processo não-eletrolítico também. Nesse caso, se o processo for bem executado, a dureza fica semelhante à do cromo ou, dependendo do tipo de cromeação à qual se compara, até maior. E as irregularidades ficam niveladas, o que pode ser bom ou ruim. Mas é um tratamento de preço bastante elevado. Há uns kits "faça-você-mesmo" à venda. Para quem tiver coragem (e dinheiro à farta) é só pesquisar no Google com o critério "electroless nickel plating kit".

Offline edulpj

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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #20 on: May 30, 2014, 05:39:00 pm »
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Há niquelamento por processo não-eletrolítico também. Nesse caso, se o processo for bem executado, a dureza fica semelhante à do cromo ou, dependendo do tipo de cromeação à qual se compara, até maior. E as irregularidades ficam niveladas, o que pode ser bom ou ruim. Mas é um tratamento de preço bastante elevado. Há uns kits "faça-você-mesmo" à venda. Para quem tiver coragem (e dinheiro à farta) é só pesquisar no Google com o critério "electroless nickel plating kit".

Provavelmente você está mencionando o processo denominado PVD... É utilizado atualmente para metalização de alta precisão. A teoria é simples... A peça a ser metalizada é colocada numa câmara de vácuo. O metal de cobertura, SUBLIMA-SE na baixa pressão e seu vapor é depositado sobre a superfície.

PVD, começou a ser utilizado na metalização de refletores de faróis automotivos (sublimação de alumínio no vácuo) e evoluiu para processos mais nobres como DOURAÇÃO de alto padrão.

Apesar da simplicidade teórica, na prática além de complicado, é caríssimo. Hoje, sai muito mais barato fabricar um aparelho de barbear DE em aço inoxidável do que em latão e niquelar posteriormente por PVD. E um aparelho em aço inoxidável, será incomparavelmente melhor que um aparelho em latão...
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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #21 on: May 30, 2014, 06:55:06 pm »
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Muito interessante este debate.

O sal também pode criar estes impolões/rugosidade nas peças tratadas com níquel/crómio?

Seria a diferença entre as seguintes máquinas a quantidade de crómio usado no acabamento?
http://www.shaving.ie/products/fatip-grande-nickel.html
http://www.shaving.ie/products/fatip-grande.html

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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #22 on: May 30, 2014, 10:16:10 pm »
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Muito interessante este debate.

O sal também pode criar estes impolões/rugosidade nas peças tratadas com níquel/crómio?

Seria a diferença entre as seguintes máquinas a quantidade de crómio usado no acabamento?
http://www.shaving.ie/products/fatip-grande-nickel.html
http://www.shaving.ie/products/fatip-grande.html

As "implosões", só ocorrem se a substância corrosiva conseguir penetrar entre o material base e o revestimento de níquel. Acredito que o grande vilão no caso dos aparelhos DE, seja a química dos sabões/cremes de barbear. A agressão ao material, é lenta e demorada. Leva anos até que o processo seja visível, mas quando aparece, é tarde demais pra tentar fazer algo.

É muito difícil conseguir um processo de cromeação onde não aconteçam corrosões de dentro pra fora. Tem muitos fatores envolvidos. O desengorduramento/desengraxamento da peça antes de iniciar os banhos, é fundamental e muitas vezes é negligenciado pelos niqueladores.

Outra causa de problemas, é a QUALIDADE das soluções dos banhos. Uma empresa de cromeação, DEVERIA parar PELO MENOS um dia por semana, para filtrar e re-balancear a concentração dos banhos. Infelizmente, são poucas as que fazem isso, pois um dia parado, é prejuízo.

Os eletrodos que contém os materiais brutos de cobertura (níquel, cromo etc.), têm um limite de utilização. Muitas empresas ultrapassam esse limite para tentar ganhar mais alguns tostões.

Mas há ainda MAIS UM vilão no caso dos aparelhos DE... Peças grandes são mergulhadas no banho, atadas a arames que são presos na grade distribuidora de corrente galvânica. Esses arames conduzem a corrente para a peça que recebe o banho imóvel. Peças pequenas, recebem a cobertura de maneira diferente. Como seria muito difícil fixar uma a uma nesses arames, elas são niqueladas por TAMBOREAMENTO. Várias peças são colocadas dentro de um tambor metálico perfurado. O tambor é ligado à corrente galvânica, mergulhado dentro do banho e após mergulhado, é posto a girar. As peças recebem a corrente elétrica, quando ENCOSTAM na parede interna do tambor. Mas há instantes, onde as peças não estão em contato e o processo é portanto INTERMITENTE.

Gosto muito de canetas, principalmente as tinteiro. Minhas prediletas, são as canetas totalmente metálicas, em aço inoxidável para ser mais exato. Há alguns fabricantes (exemplo clássico é a Cross), que teimam em fabricar canetas de latão e dar banho de níquel. Não posso levar a sério uma empresa que faça isso em pleno terceiro milênio, onde as tecnologias envolvidas na fabricação de objetos de aço inoxidável são mais do que dominadas pela maioria dos fabricantes.

Já sonhei muito com uma Merkur Futur, mas não vejo com bons olhos toda a complicação mecânica delas. Se fosse gastar dinheiro hoje numa DE, seria um modelo em aço inoxidável com a maior simplicidade mecânica possível. Trocando em miúdos: FEATHER ALL STAINLESS...
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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #23 on: May 31, 2014, 12:53:22 am »
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Provavelmente você está mencionando o processo denominado PVD... É utilizado atualmente para metalização de alta precisão. A teoria é simples... A peça a ser metalizada é colocada numa câmara de vácuo. O metal de cobertura, SUBLIMA-SE na baixa pressão e seu vapor é depositado sobre a superfície.

PVD, começou a ser utilizado na metalização de refletores de faróis automotivos (sublimação de alumínio no vácuo) e evoluiu para processos mais nobres como DOURAÇÃO de alto padrão.

Apesar da simplicidade teórica, na prática além de complicado, é caríssimo. Hoje, sai muito mais barato fabricar um aparelho de barbear DE em aço inoxidável do que em latão e niquelar posteriormente por PVD. E um aparelho em aço inoxidável, será incomparavelmente melhor que um aparelho em latão...

Não tenho certeza, mas acho que é algo um pouco mais simples que isso. A cobertura é feita através da imersão do objeto em uma solução aquosa de um sal de níquel, acrescida de outras substâncias. Não lembro se utiliza eletricidade também (sem eletrólise) ou se o processo é puramente químico, mas é algo que, possuindo os sais necessários, dá para fazer em casa sem a necessidade de aparelhagem especializada.

Quanto aos aparatos feitos ainda em latão + níquel, entendo também que, considerado o custo, e se levadas em consideração apenas a resistência e a proteção contra corrosão vale mais o aço inoxidável. Mas o níquel possui um matiz amarelado que nem o cromo nem o aço inox possuem. Eu considero o acabamento niquelado mais atraente do ponto de vista estético, talvez porque a maioria das coisas que estão em nossa volta tenham acabamento que se aproxima mais do cromo e do aço inox. Uma SR de cromo ou aço inox não teria acabamento muito diferente das torneiras e outros metais que se veem nos banheiros. Mas é uma questão de preferência pessoal. E dependendo do que se trata, a praticidade pode sobrepor às preferência estéticas.

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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #24 on: May 31, 2014, 01:44:25 am »
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Já sonhei muito com uma Merkur Futur, mas não vejo com bons olhos toda a complicação mecânica delas. Se fosse gastar dinheiro hoje numa DE, seria um modelo em aço inoxidável com a maior simplicidade mecânica possível. Trocando em miúdos: FEATHER ALL STAINLESS...

Compreendo o teu fascínio por uma Feather All Stainless... Eu sofro do mesmo mal. :P

No entanto, de modo nenhum acho que uma máquina em latão revestido (ou até mesmo uma de zamak + revestimento) seja uma opção menos válida que as de aço inox. Muitas Gillette são bem antigas, são construídas em latão, e continuam em boas condições mesmo após décadas de uso. Até de zamak tenho uma máquina que é do fim dos anos 70 que continua impecável.

Quanto ao processo de recuperação, os bons niqueladores sim, tratam de polir e desengordurar as máquinas antes de fazer o serviço restante. Por exemplo, um deles, o Dave da RestoredRazors, fazia o "stripping" do revestimento original, polimento inicial, polimento final. Outro exemplo é o Revamp Service da RazorEmporium
I wish I could be half as sure of anything as some people are of everything...


Como colocar imagens no fórum? Vê aqui.
O que é o double-post e como evitar

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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #25 on: June 01, 2014, 02:11:28 pm »
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Não tenho certeza, mas acho que é algo um pouco mais simples que isso. A cobertura é feita através da imersão do objeto em uma solução aquosa de um sal de níquel, acrescida de outras substâncias. Não lembro se utiliza eletricidade também (sem eletrólise) ou se o processo é puramente químico, mas é algo que, possuindo os sais necessários, dá para fazer em casa sem a necessidade de aparelhagem especializada.

Quanto aos aparatos feitos ainda em latão + níquel, entendo também que, considerado o custo, e se levadas em consideração apenas a resistência e a proteção contra corrosão vale mais o aço inoxidável. Mas o níquel possui um matiz amarelado que nem o cromo nem o aço inox possuem. Eu considero o acabamento niquelado mais atraente do ponto de vista estético, talvez porque a maioria das coisas que estão em nossa volta tenham acabamento que se aproxima mais do cromo e do aço inox. Uma SR de cromo ou aço inox não teria acabamento muito diferente das torneiras e outros metais que se veem nos banheiros. Mas é uma questão de preferência pessoal. E dependendo do que se trata, a praticidade pode sobrepor às preferência estéticas.

Ah! Conheço! Já vi um kit desses... Na verdade, é uma niquelagem TAMBÉM eletrolítica, apenas a corrente elétrica necessária para provocar a migração de partículas metálicas da solução pra superfície da peça, é gerada pela própria reação química.

Mas esse tipo de tratamento, é o que no Brasil denominamos de "quebra-galho", ou seja, um procedimento simples, barato e pouco (ou nada) durável. Aplica-se apenas a casos onde não se espera grandes resultados e/ou onde não se queira gastar muito dinheiro com algo realmente bem feito. Duvido que algum fabricante nos dias de hoje utilize esse processo em escala industrial...
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Re: Uma Gilette para recuperar
« Reply #26 on: July 17, 2014, 07:57:00 am »
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Amigos ao que parece encontrei através do OLX uma firma em Braga que faz este tipo de trabalhos, pedi um orçamento e o bacano disse que podia rondar os 20/25€ mas que pode ser menos, isto com portos de envio fica um bocado caro, estou à espera de mais duas respostas.

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