Parabéns pela caneta, muito bonita.Como foi para arranjar o material (aproveitas-te de uma caneta ou foi um kit)?E o resto do material (inner cap, sistema de segurar a tampa) também se encontra e é fácil de colocar?
Ótimas perguntas, professor!!! Vamos lá...Material- Sistema FH 202 da Schmidt, fabricado na Alemanha. É composto de pena, alimentador, nib section e inner cap. Fácil de encontrar em sites de suprimentos para canetas;- Conversor: Como o FH 202 é um sistema para cartucho ou conversor, comprei um conversor Schmidt K2, bastante preciso e durávelConstruçãoExistem alguns pontos de dificuldade na construção de canetas de madeira.Os kits tradicionais, vêm completos, mas baseiam-se em TUBOS METÁLICOS DE LATÃO. A madeira é colada por cima do tubo e torneada depois. Além de ser ridiculamente simples de construir, a caneta na verdade é uma caneta metálica com uma fina camada de madeira por cima só pra ser decorativa.Minha intenção, era construir uma caneta de madeira sem reforços metálicos internos. Para tornear tubos de madeira, seria necessário adquirir técnica que eu não tinha. Fui treinando nos últimos quatro anos e adaptando meu equipamento e ferramentas para isso.Estraguei muito material nessa brincadeira. Aprender a técnica, envolve TENTATIVA E ERRO... A tampa da tabebuia, tem diâmetro interno de 12 mm e externo de 15 mm. Resumindo: O tubo de madeira, tem 1.5 mm de espessura de parede. Pra chegar nessa técnica, camelei um bocado...FixaçõesEm geral, tampas de canetas, são fixadas por pressão ou por rosca. Optei por fixação por pressão, pois eu não teria como fazer rosca na madeira. Para fazer tampa de rosca, precisaria de um COSSINETE para fazer rosca no corpo e de um MACHO para fazer rosca interna na tampa. Essa parte até seria relativamente simples...A dificuldade, seria fazer uma rosca INTERNA no corpo, para rosqueá-lo na nib section... A Schmidt utiliza uma rosca esquisitíssima. O macho em questão, seria muito caro. Acabei então optando por uma idéia diferente...A nib section, teve a rosca REMOVIDA por lixamento. O conversor foi instalado nela e o conjunto foi introduzido no tubo do corpo. Antes de encaixar, apliquei cola epóxi (Araldite) e juntei as partes. A nib section não sai mais do corpo e o excesso da cola, fixou também o conversor do lado de dentro, imobilizando-o e também selando eventuais vazamentos.Antes de tudo isso, uma cabeça de parafuso Phillips, foi colada no manípulo de acionamento do conversor. No final do corpo, existe uma TAMPA encaixada no corpo sob pressão, que fecha tudo isso e dá acabamento. Para abastecer a caneta, a tampa é desencaixada e o conversor é operado com auxílio de uma chave de fenda Phillips pequena. Após o abastecimento, a tampa do corpo é reposta.A maior dificuldade no processo, foi tornear a tampa. Optei por utilizar a menor quantide possível de metais, razão pela qual a caneta não tem clipe. Também não existe o famoso anel metálico de reforço da boca da tampa. Tornear essa boca sem trincar, é talvez a parte mais difícil da técnica...