A História da Gillette no Brasil
De acordo com historiador José Augusto Dias Junior no seu livro “Os contos e os vigários: uma história da trapaça no Brasil” o primeiro registro da venda desse aparelho no Brasil é de 1909.
O autor do livro encontrou uma propaganda da Gillette na edição de agosto/1909 da revista A Ilustração Brasileira, que era vendida no Rio de Janeiro.
Nesse período os aparelhos de barbear da Gillette eram importados dos Estados Unidos, e a partir 1926 passaram a ser fabricados no Brasil com a construção de uma fábrica na cidade do Rio de Janeiro.
Na época esses aparelhos de barbear eram chamados de aparelhinhos pelos consumidores brasileiros e o seu uso se popularizou tanto no país que a palavra “gilete“ (neologismo para o sobrenome do criador do produto) se tornou sinônimo de lâmina de barbear, fato que até hoje é comum entre os brasileiros.
Mas, um dado histórico ainda mais curioso foi o fato desse produto ter gerado uma ameaça de greve pelos barbeiros das cidades de São Paulo e de Santos. Os barbeiros de ambas as cidades decidiram em 1938 organizar uma mobilização com o objetivo de pressionar o governo a dificultar a divulgação e comercialização dos aparelhinhos.
A indignação dos barbeiros era em relação à diminuição do movimento de clientes nos seus estabelecimentos em decorrência do aumento da comercialização dos aparelhos e das giletes, que para eles correspondia a uma concorrência desleal.
Não houve nenhuma medida governamental no sentido de aumentar os impostos sobre os produtos e os barbeiros tiveram que se adaptar às novas características do mercado consumidor brasileiro que sofreu uma verdadeira revolução a partir dos anos 1930.
Em 2005 a empresa Gillette foi vendida para a empresa também norte-americana Procter & Gamble (P&G) e essa união gerou a maior empresa de produtos ao consumidor do mundo. No Brasil a Gillette continua líder absoluta na categoria lâminas de barbear até hoje.
E você? Concorda com a reivindicação dos barbeiros de São Paulo e Santos em 1938? Ou considera que a mobilização foi absurda?
Autoria: Driusso, Marcelo para o blog Neointel Research
O Brasil não tinha, como nos Estados Unidos, uma variação grande de modelos e seus lançamentos sofreram pequenas variações ao longo dos anos.
Mas teve, conforme uma propaganda de 1948, um aparelho Mono Tech folheado a Rhodium vendido em um estojo de luxo Aristrocat.
Segue “alguns” aparelhos de barbear produzidos pela Gillette Indústria Brasileira:
• Estojo Aristrocat
Aparelho Gillette MonoTech (dourado)
Munidor com lâminas Gillette Azul
Estojo de couro, forrado em veludo e cetim
• Estojo Campeão
Aparelho Gillette MonoTech
Munidor com lâminas Gillette Azul
Estojo de plástico azul ou branco
• Estojo Diplomata
Aparelho Gillette Tech
Pacotinho com 5 lâminas Gillette Azul
Estojo de plástico, vinha em diversas cores: verde / azul / bege
E fotos de propagandas antigas e do manual de um Mono Tech 1956.
Um grande abraço a todos!








