A Arte deveria ser um descodificador e por vezes só me atrapalha quando se trata de criar um laço com os outros.
Demasiadas vezes acontece que visito uma exposição com alguns amigos e faço uma tremenda gafe; faço a fatídica e temida pergunta “O que achas desta peça??”
Após um belo jantar e uma noite em companhia tudo muda…noto o dilatar das narinas, uma respiração ofegante, a mudança das tonalidades de cor no rosto do meu amigo/a e finalmente, num ultimo suspiro que precede a morte a típica citação…”Eu não percebo nada de Arte..mas tu o que é que achas??”… e sinto-me de repente sozinho neste Universo!
É estranho…por vezes pergunta-me o que acho das acções da Empresa A ou B…vão subir? E o trend a longo prazo? E claro no fim tomam a decisão deles…é fácil, pois não tem que pendurar na sala as acções do BPI ou da Sonae..não tem que conviver com elas pois estão fechadas num cofre!
Na análise e escolha de uma Obra de Arte existe um factor que se sobrepõe a todos os outro! O peso desse parâmetro é esmagador! Antes de ouvir quem quer que seja é necessário cumprir uma tarefa hercúlea!
Ponha-se em frente a Obra e ..decida: gosto ou não gosto?
Ao fim e ao cabo é a única coisa que interessa, e a partir de aí qualquer um é dono e senhor da sua verdade, parida do seu Universo criativo, Critico e Amante da Arte..e por ultimo não tem que justificar nem demonstrar nada a ninguém do porquê das suas escolhas!
Deixo-vos com esta Obra de um Artista brasileiro, Mello de Souza, intitulada “O Barbeiro”, 60x50 cm, óleo sobre tela de 2008…sem intelectualismos ou chamadas eruditas a reinterpretação de Botero, as cores que lembram este ou aquele.
Mais uma vez tudo se resume a: gosto ou não gosto?