Author Topic: Vinhos que bebemos  (Read 117231 times)

Offline mc

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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #435 on: October 27, 2015, 06:20:18 pm »
0
A designação genérica de vinho verde deriva do facto das uvas serem colhidas ainda verdes.
Em Espanha, por exemplo,  também há vinho alvarinho (que é a casta da uva).
A região demarcada Vinho Verde é outra coisa.
É o segundo vinho mais vendido de Portugal a seguir ao vinho do Porto.

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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #436 on: October 27, 2015, 11:06:32 pm »
0
Por falar em Jumbo, o do jantar foi
uma promoção , que ontem, comprei.

Pacheca tinto ( Douro D.O.C ) colheita de 2012.

Muito bom por sinal.
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Offline mc

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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #437 on: October 27, 2015, 11:07:50 pm »
0
Bom vinho NoName.

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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #438 on: October 27, 2015, 11:34:53 pm »
0
O que quer dizer esse numero por
baixo da minha ultima mensagem?
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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #439 on: October 27, 2015, 11:43:12 pm »
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Deve ser o número de mensagens do topico.

Offline oversaturn

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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #440 on: October 28, 2015, 02:03:12 pm »
0
A designação genérica de vinho verde deriva do facto das uvas serem colhidas ainda verdes.
[...]

Isso não é verdade, mc. Pelo menos actualmente.
Hoje em dia, as uvas do vinho verde são colhidas maduras, como para qualquer outro vinho. Uvas verdes não têm doce/açúcar, o que é indispensável para que a fermentação ocorra, e não prestam para fazer vinho. Ou pelo menos, não prestam para fazer bom vinho.

No passado, a coisa poderá ter sido diferente...

A origem da expressão "vinho verde" tem várias teorias:  há quem diga que, de facto, em alguma altura da história, se faziam "vinhos" com uvas verdes, e que será daí que vem o nome.

Também existe outra teoria, talvez mais credível: que a expressão "vinho verde" resulta do facto de, até recentemente, os vinhos dessa região não serem vinhos de guarda; eram vinhos jovens, geralmente para beber no próprio ano, pois não aguentavam o passar do tempo. Ainda hoje a maioria dos vinhos verdes são assim - não são vinhos feitos para durar, com excepção talvez de alguns Alvarinhos.
 
Por isso se chamavam de "vinhos verdes", por oposição aos "vinhos maduros" - vinhos estagiados e envelhecidos em barricas. Um pouco como a distinção que existia há décadas atrás entre "carnes verdes" (carne fresca, de animal abatido recentemente) e a "carne maturada".


O que quer dizer esse numero por baixo da minha ultima mensagem?

Que número? Não percebi...
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Como colocar imagens no fórum? Vê aqui.
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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #441 on: October 28, 2015, 03:50:50 pm »
0
Isso não é verdade, mc. Pelo menos actualmente.
Hoje em dia, as uvas do vinho verde são colhidas maduras, como para qualquer outro vinho. Uvas verdes não têm doce/açúcar, o que é indispensável para que a fermentação ocorra, e não prestam para fazer vinho. Ou pelo menos, não prestam para fazer bom vinho.

No passado, a coisa poderá ter sido diferente...

A origem da expressão "vinho verde" tem várias teorias:  há quem diga que, de facto, em alguma altura da história, se faziam "vinhos" com uvas verdes, e que será daí que vem o nome.

Também existe outra teoria, talvez mais credível: que a expressão "vinho verde" resulta do facto de, até recentemente, os vinhos dessa região não serem vinhos de guarda; eram vinhos jovens, geralmente para beber no próprio ano, pois não aguentavam o passar do tempo. Ainda hoje a maioria dos vinhos verdes são assim - não são vinhos feitos para durar, com excepção talvez de alguns Alvarinhos.
 
Por isso se chamavam de "vinhos verdes", por oposição aos "vinhos maduros" - vinhos estagiados e envelhecidos em barricas. Um pouco como a distinção que existia há décadas atrás entre "carnes verdes" (carne fresca, de animal abatido recentemente) e a "carne maturada".


Que número? Não percebi...
Deve de ser o meu IP não percebo porque
só o meu é que aparece.
« Last Edit: October 28, 2015, 04:39:41 pm by oversaturn »
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Offline oversaturn

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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #442 on: October 28, 2015, 04:51:11 pm »
0
Deve de ser o meu IP não percebo porque só o meu é que aparece.

Ahhh, já percebi!! É o IP...

Cada membro pode ver apenas o seu IP, que aparece debaixo das suas mensagens.
Só os moderadores é que conseguem ver os IP's de toda a gente. Pode ser útil para apanhar spammers e bots... como já aconteceu no passado. Na prática... raramente olhamos para isso. :P

Da secção de ajuda do software que faz funcionar o fórum:

Quote
Os endereços de IP são mostrados aos administradores e moderadores para facilitar a moderação e para tornar mais fácil seguir os passos dados pelos utilizadores com fins malignos. De notar que nem todos os endereços de IP podem ser identificados, e a maioria dos IPs muda periodicamente.

Os membros também podem ver o seu próprio IP.
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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #443 on: October 28, 2015, 05:24:02 pm »
0
Ok , já compreendi  ...
Obrigado , Emanuel.
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Vinhos que bebemos
« Reply #444 on: October 28, 2015, 05:57:35 pm »
0
Eu só estava a esclarecer a origem/razão do nome vinho verde.
E esta informação foi-me dada por um amigo cuja família é uma das maiores produtoras de vinho do Porto.

Confirmo que o número indica a quantidade de mensagens do tópico.

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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #445 on: October 28, 2015, 08:50:55 pm »
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Hoje , ao jantar bebi um copo de , Cardeal ( Caves Velhas )  ... colheita selecionada de 2012 da região do Dão.
Não sei porquê , mas não gostei muito ...
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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #446 on: October 29, 2015, 11:13:35 am »
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Caves Velhas é do grupo Enoport, um grupo enorme com quintas e vinhos de quase todas as regiões do país...

Esse Cardeal nunca provei... mas do Dão, têm um vinho chamado "Catedral Reserva" que é bem catita, e que está frequentemente com um bom desconto no Pingo Doce. Têm outros bons vinhos de outras regiões, como os ribatejanos "Cabeça de Toiro" e "Casaleiro", e muita coisa em Bucelas...

Acessíveis e do Dão tens muita coisa boa e fácil de encontrar... Duque de Viseu, Pedra Cancela (este aparece no Continente ao dobro do PVP para depois fazerem descontos de 50% semana sim, semana não :P ::) :o ), Cabriz, Quinta da Garrida, até o omnipresente Grão Vasco é um tinto bem decente.
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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #447 on: October 29, 2015, 07:54:26 pm »
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Caves Velhas é do grupo Enoport, um grupo enorme com quintas e vinhos de quase todas as regiões do país...

Esse Cardeal nunca provei... mas do Dão, têm um vinho chamado "Catedral Reserva" que é bem catita, e que está frequentemente com um bom desconto no Pingo Doce. Têm outros bons vinhos de outras regiões, como os ribatejanos "Cabeça de Toiro" e "Casaleiro", e muita coisa em Bucelas...

Acessíveis e do Dão tens muita coisa boa e fácil de encontrar... Duque de Viseu, Pedra Cancela (este aparece no Continente ao dobro do PVP para depois fazerem descontos de 50% semana sim, semana não ::) :o ), Cabriz, Quinta da Garrida, até o omnipresente Grão Vasco é um tinto bem decente.

Quinta da Garrida já bebi e gostei bastante , mas não sei qual era a
colheita.
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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #448 on: April 09, 2016, 07:17:17 pm »
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"Genuíno de Oleiros, Callum é um vinho branco proveniente de uma casta com o mesmo nome, o qual deriva provavelmente de "pele dura, crosta" em latim e que devido à sua elevada tolerância à humidade, habita junto das linhas de água, facto pelo qual resistiu a pragas e doenças.

Em documentos da Ordem de Malta de finais do séc. XVI, aparecem referências a "altas videiras em salgueiros e amieiros", o que indicia a presença de "caluas" em Oleiros, numa altura muito anterior ao ataque de filoxera no nosso país. Já no séc. XIX, a Lista de Castas de Videiras Portuguesas identificadas pelos serviços ampelográficos e enológicos governamentais identifica esta casta e atribui-a a este concelho.

O vinho foi perdurando no tempo e atualmente a sua produção está confinada a alguns (poucos) produtores tradicionais, a maioria com uma certa idade e que utilizam técnicas de vinificação muito variadas. Hoje não podemos falar de Callum mas sim de vários Calluns.

Este secular hábito de consumo entre as gentes de Oleiros foi resistindo e segundo os especialistas, a degustação do vinho "é uma emoção" que nos remete para uma viagem no tempo, até à época medieval, numa altura em que os vinhos, ao contrário de hoje, não levavam qualquer tipo de tratamento, pelo que na sua versão original se pode considerar um vinho biológico.

Face à diversidade de vinhos Callum existentes no território, urge pensar na definição deste "emocionante vinho histórico". Há que entendê-lo antes de o degustar e acima de tudo, defini-lo, para podermos apresentar e oferecer um produto genuíno, de qualidade uniforme e detentor de valor acrescentado, uma vez que nos transmite um manancial de experiências numa só.

Se nos reportarmos às técnicas de viticultura utilizadas, estas evidenciam marcas de medievalidade, nomeadamente na forma de condução das "caluas". Pelo território são frequentes os espaldares de madeira a sustentar as videiras nas bordaduras das propriedades e já em 1881 o Bispo de Angra referia que "grande abundância de mosto provinha antigamente das videiras que circundavam as propriedades em terra baixa e forte, as quais eram elevadas em toscas grades de paus de castanheiro e varas de pinheiro, que chamavam "jangadas", produzindo assim muitas uvas, mas nunca amadureciam perfeitamente". Conclui-se que este é também considerado um "arcaísmo vitivinícola".

Esta experiência enológica medieval é ainda atestada pela existência de outros arcaísmos no território, para além dos já referidos espaldares de madeira ou do sistema de condução "em enforcado", em que as videiras trepam sobre tutores vivos junto às linhas de água, nas galerias ripícolas. A presença de barris de madeira, dos lagares em pedra (xisto) ou da famosa prensa de Catão (vara e fuso) que ainda hoje persistem em algumas adegas ancestrais, são considerados vestígios dessa época. Também à boa maneira medieval, o vinho vermelho ("clarete" ou "palhete") seria o de todos os dias e o branco ("Callum") era bebido em dias de festa.

Considerado um "tesouro antropológico", este é um vinho diferente, de elevada originalidade, que deve ser percebido por quem o prova. Importa agora, enquanto decorre o processo que levará à sua definição e afinação como produto único, que as pessoas que o dão a provar o entendam e consigam explicar a quem o degusta.

Só desta forma se consegue transmitir aos seus provadores toda a emoção e originalidade que uma viagem no tempo pode proporcionar, ao serem transportados até à Idade Média, numa altura em que os vinhos mais valorizados eram os brancos, possuíam características organoléticas distintas daquelas a que estamos habituados atualmente (apresentavam um ligeiro e sugestivo acre mais acético) e ao contrário de hoje, não levavam qualquer tipo de tratamento.

Este emocionante vinho histórico, nalguns casos muito próximo do biológico, deve ser apreciado in loco, em ambiente rural e preferencialmente, nas típicas adegas em xisto que existem dispersas pelo território e que exibem tão valiosos arcaísmos antropológicos que importa desvendar."

texto retirado daqui.


E assim sendo, o ensejo foi o festival anual de cabrito estonado e maranho de Oleiros.
Servido numa malga bem gelada o Callum revela-se um vinho branco, frutado, de baixo teor alcoólico, falaram-me em 8/9 graus. Há quem o compare ao vinho verde verde mas com menos gasoso. Não sei se reunirá as preferências necessárias para se tornar presença nas prateleiras. Pouco encorpado para o meu gosto, é inegavelmente “guloso” e deverá ser saboreado no contexto de vinho histórico.
 
Nas palavras do Professor Virgílio Loureiro: "Qualquer vinho, sem defeitos de prova, é bom se for degustado com a comida adequada".


E é aqui brilha o cabrito estonado.




Estonar significa escaldar.
Em parte alguma do nosso território, excluindo um caso pontual na transmontana serra de montesinho e obviamente Oleiros, se encontra o cabrito à venda com a sua pele. Este quer-se de leite. Com cerca de mês é morto e mergulhado repetida mas cuidadosamente para não rasgar a pele ou cozer, em água a ferver. Os pelos serão assim arrancados.

Com a pele lisinha (BBS) vai ao forno, sendo o resultado visualmente parecido ao famigerado leitão à Bairrada. Sápido, é para mim ímpar entre todas as receitas de cabrito.

O município providencia uma escala semanal de modo a que haja sempre um restaurante com este cabrito no menu. Por isso rapaziada não deixem de ir a Oleiros para uma taça de Callum e um cabritinho de comer e chorar por mais.
« Last Edit: April 10, 2016, 11:26:08 am by PauloF »

Offline Fialho

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Re: Vinhos que bebemos
« Reply #449 on: April 09, 2016, 08:56:55 pm »
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Fiquei babando...

Preciso degustar os dois, o cabrito e o callum...

Tem alguns meses degustei o Leitão à bairrada, de comer de joelhos.

Tags: callum cabrito estonado 
 

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