Author Topic: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil  (Read 10575 times)

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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #45 on: November 18, 2014, 06:42:26 pm »
0
Tomei no último fim de semana... Meu filho mais velho veio passar o final de semana conosco e comprei uma dessas porque ele curte cervejas "especiais"... Alguns dias antes, eu havia provado uma Murphy's Stout irlandesa.

Achei a irlandesa AGUADA...

A Baden Baden, bateu a Murphy's de 20 x 0... Quando fui comparar as duas, percebi o porque... A Murphy's tem teor alcoólico de 4%, a Baden Baden, 7.5%... Pode até ser que teor alcoólico não seja o principal fator a considerar, mas uma cerveja mais forte, precisa REALMENTE ser forte...
Depende do que se considera forte. O alcool é um fator a ter em conta, mas que só por si, me diz muito pouco. Por exemplo, para pessoas com um aparelho sensorial menos capaz de identificar e desfrutar efetivamente dos "toques", obviamente o álcool ganha mais importância, mas na minha OPINIÃO, isso reduz a experiência de saborear uma cerveja sobremaneira. E penso que a própria experiência e treino do aparelho é que traz essa sensibilidade.
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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #46 on: November 18, 2014, 08:11:21 pm »
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Depende do que se considera forte. O alcool é um fator a ter em conta, mas que só por si, me diz muito pouco. Por exemplo, para pessoas com um aparelho sensorial menos capaz de identificar e desfrutar efetivamente dos "toques", obviamente o álcool ganha mais importância, mas na minha OPINIÃO, isso reduz a experiência de saborear uma cerveja sobremaneira. E penso que a própria experiência e treino do aparelho é que traz essa sensibilidade.

Não vejo muito sentido em tomar uma bebida alcoólica com baixo teor alcoólico... Se eu quisesse algo fraco, tomaria suco de pêssego... Sempre preferi cervejas do tipo EXTRA por serem mais fortes.

Há muitos anos, produzi PINGA (aguardente de cana) em minha fazenda. Quando se destila o caldo fermentado, os primeiros 10% são denominados CABEÇA. Os 80% seguintes, são denominados CORPO. Os últimos 10% da destilação, são denominados PÉ.

O corpo, após maturado e envelhecido, é a aguardente propriamente dita. Tem cerca de 40% de álcool. Dizia a tradição que se o alambiqueiro NÃO TOMASSE uma generosa talagada de CABEÇA (quase 70% de álcool...), a alambicada desandava... Ainda bem que eu só alambicava uma vez por semana ;)
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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #47 on: November 18, 2014, 08:12:52 pm »
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Ainda bem que eu só alambicava uma vez por semana ;)

Pois!  ;D

Offline Gago

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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #48 on: November 18, 2014, 11:58:48 pm »
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Querem um ótimo companheiro ara beber? Eu! Uma dessas aqui já me deixa doidão! Ou seja; podem pagar minha conta, que o prejuízo é pequeno.



Do que se trata: É uma Red Ale fortíssima, do sub-grupo Barley Wine. "Wine" porque se nota claramente tons avermelhados contra a luz.

É uma cerveja forte, intensa, marcante, altamente alcóolica (e para piorar, a garrafa é de 600 ml!!), com espuma cremosa e persistente. Quase dá para fazer a barba com ela!

Corpo leve e seco,carbonatação acima da média, com uma entrada marcante e grande amargor "doce". O sabor é de malte torrado, frutas vermelhas.

A drinkability é baixíssima, já que é uma cerveja extremamente forte, de gosto intenso e até diria que é uma cerveja "pesada".

Eu não gosto desse tipo de cerveja, mas quis experimentar pois já fazia tempo à beça que não provava uma. É boa para acompanhar carnes vermelhas em dias frios, especialmente. No calor, ou naquela tarde de cervejada com os amigos, ESQUEÇA!

Onde encontrar: Nos melhores supermercados, já que é da Schincariol. Esta especificamente comprei no "Botequin do Itahy" que inaugurou esta semana, aqui no SHopping Barra-World. Mas recomendo ficar longe, já que os preços estão fora da realidade. Me pediram 32 reais nesta cerveja, que normalmente custa 19 nos mercados. Só paguei porque estava com pressa, mas depois me arrependi!

Preço médio: 19,18 e até 17 reais, dependendo de onde se peça.

Álcool: Muito! 9,2% ABV

Temperatura: 5-7ºC e não se atreva a beber isso em temperaturas maiores, porque o "kick" e o amargor é maior ainda!!!!!!!!

Resumo: Não é eu tipo de cerveja, mas queria deixar neste tópico pelo menos uma Red Ale. Assim como o Palmindaya é o creme de barbear do Conan, esta seria a cerveja dele. Pesada, escura, forte, intensa, acompanha muito bem carne vermelha, e te deixa louco com dois copos.

Apesar de não ser do meu gosto, acho que é um bom exemplar das Barley Wine (Vinhos de cevada) e não deve nada à kilkenny, que é feita pela Diageo ( a mesma que fabrica as Guinness) [ Mas não confundir uma coisa com a outra; a Guinness é uma Dry Stout)

Offline JLTG

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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #49 on: November 19, 2014, 12:18:14 am »
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Quase comprei esa Red Ale há pouco tempo! As Baden Baden são fáceis de achar nos supermercados daqui da cidade! Pelo menos, já sei onde vou me meter!
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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #50 on: November 19, 2014, 10:22:34 am »
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Para quem aprecia esse tipo de cerveja mais forte, recomendo a La Trappe Quadrupel. Essa foi uma das cervejas que mais me impressionou até hoje, pois para mim, cervejas deste estilo eram uma novidade.

Mas esse tipo de cervejas são muito diferentes do habitual; se quiserem uma cerveja para beber descontraidamente, apenas com conversa numa tarde de calor, esqueçam. Não tem nada a ver. É, isso sim, o tipo de cerveja pensada para acompanhar uma refeição, e não propriamente uma refeição leve.

No fundo, foi a coisa que inventaram em países que não são capazes de produzir um bom vinho tinto! ;D
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Offline goaman

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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #51 on: November 19, 2014, 12:05:22 pm »
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Essa cerveja bebida a uns 12º seria o ideal Gabriel!!! A maior parte dos sabores e aromas ficaram escondidos a essa temperatura!!
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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #52 on: November 19, 2014, 12:30:59 pm »
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Atentem que teor alcoólico é uma coisa e o corpo é outra totalmente diversa.

Corpo quer dizer mais da "textura" da cerveja. Temos cervejas mais "aguadas" (com menos corpo), como por exemplo a Itaipava aqui no Brasil, e outras mais licorosas (com mais corpo), como por exemplo as Imperial Stout.

Quando o teor alcoólico não é equilibrado, às vezes fica mais difícil perceber as notas de aroma e gosto da cerveja. Por exemplo alguns especialistas em Whisky recomendam a adição de um pouco de água para evidenciar mais as notas em detrimento do álcool.

Também sou da opinião de que para cada ocasião, uma cerveja diferente. Um dia de sol a mim pede uma Pilsen ou uma Weiss, ou até uma Radler (me joguem na fogueira!  ;D )

Isto de gostos é realmente muito pessoal. A Baden Baden pertence ao Grupo Kirin, o mesmo da Eisenbahn, mas acho-a muitos degraus abaixo da cervejaria de Blumenau. Mais me parece daquelas cervejas de grande circulação que lançam linhas "especiais". E como tudo de Campos do Jordão, ainda por cima é bem cara, na minha opinião.

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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #53 on: November 19, 2014, 01:12:15 pm »
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Essa cerveja bebida a uns 12º seria o ideal Gabriel!!! A maior parte dos sabores e aromas ficaram escondidos a essa temperatura!!

Isso concordo. É como beber um vinho tinto saído do frigo.
Outra coisa é se alguém não aprecia esse tipo de aromas, então é melhor que permaneçam escondidos :D

Atentem que teor alcoólico é uma coisa e o corpo é outra totalmente diversa.
[...]

Concordo.
No fundo é como os vinhos, há vinhos com grande teor alcoólico, mas com pouco corpo e pouca complexidade aromática. Geralmente, são vinhos muito desequilibrados...
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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #54 on: November 19, 2014, 03:23:47 pm »
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No fundo, foi a coisa que inventaram em países que não são capazes de produzir um bom vinho tinto! ;D

É isso! Perfeito  ;D

Essa cerveja bebida a uns 12º seria o ideal Gabriel!!! A maior parte dos sabores e aromas ficaram escondidos a essa temperatura!!

Obrigado pela dica Rui. Antes de abrir a garrafa, confiro no brejas.com.br a temperatura ideal e ajusto na minha geladeira, daí que segui o que dizia no site.
Mas claro, nem sempre essas coisas estão certas, a experiência pessoal é sempre a melhor.
Contudo, achei que essa cerveja, menos gelada, fica intragável. Mas, diabos, eu não sou mesmo fã dessas Ale escuras....minha opinião fica prejudicada. É igual à me obrigarem à fazer uma review de um risoto de camarão...já que eu abomino frutos do mar.  ;D


Também sou da opinião de que para cada ocasião, uma cerveja diferente. Um dia de sol a mim pede uma Pilsen ou uma Weiss, ou até uma Radler (me joguem na fogueira!  ;D )


Eu gosto das Radler! Nós vivemos num país quente à beça, toda cerveja leve e gostosa de beber me agrada.  :D


Offline edulpj

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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #55 on: November 19, 2014, 06:38:42 pm »
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Gostei da dica!!! Você acha 9% alto??? 9% ainda deveria ser classificado como refrigerante ;)

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Offline edulpj

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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #56 on: November 19, 2014, 06:46:09 pm »
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Para quem aprecia esse tipo de cerveja mais forte, recomendo a La Trappe Quadrupel. Essa foi uma das cervejas que mais me impressionou até hoje, pois para mim, cervejas deste estilo eram uma novidade.

Mas esse tipo de cervejas são muito diferentes do habitual; se quiserem uma cerveja para beber descontraidamente, apenas com conversa numa tarde de calor, esqueçam. Não tem nada a ver. É, isso sim, o tipo de cerveja pensada para acompanhar uma refeição, e não propriamente uma refeição leve.

No fundo, foi a coisa que inventaram em países que não são capazes de produzir um bom vinho tinto! ;D

Bons vinhos são mais questão de pH de solo que outra coisa... Na região francesa denominada Grand Champagne (de onde saem as uvas utilizadas nos espumantes e nos cognacs deles), a profundidade MÉDIA do solo é de 70 cm. As raízes da videira atravessam isso dando risada e continuam seu percurso procurando caminho no embasamento calcáreo abaixo do solo. Calcáreo, é notório ELEVADOR de pH de solo.

Aqui no Brasil, a profundidade MÉDIA de solo, é de 2.50 m... E os solos aqui são predominantemente ácidos. Gasta-se fortunas adicionando calcáreo para correção, que quando ocorre, é apenas temporária.

Quem tentar produzir boas uvas para vinicultura no Brasil, vai morrer tentando...
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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #57 on: November 20, 2014, 01:04:19 am »
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Se fosse um vinho... bom, 9% nem é considerado vinho :D

E já dizia Miguel Torga... "Quanto pior é a terra, melhor é o vinho". E ele conhecia bem o Douro, as suas encostas agrestes e impossíveis, e a excelência dos seus vinhos.

Na região do Tejo, parte da revolução das últimas décadas foi transferirem as vinhas dos terrenos férteis e ricos de aluvião, provavelmente os mais férteis do país onde originalmente estavam (que produzem facilmente em quantidade, mas vinhos de baixa concentração e aroma) para os terrenos bem mais pobres e arenosos, onde as vinhas têm baixa produção mas conseguem produzir uvas mais doces e concentradas, e vinhos bem mais encorpados.

Mas desculpem o offtopic, e sempre podemos prosseguir estas ideias no tópico destinado aos vinhos... :)
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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #58 on: November 20, 2014, 09:25:58 am »
0
Se fosse um vinho... bom, 9% nem é considerado vinho :D

E já dizia Miguel Torga... "Quanto pior é a terra, melhor é o vinho". E ele conhecia bem o Douro, as suas encostas agrestes e impossíveis, e a excelência dos seus vinhos.

Na região do Tejo, parte da revolução das últimas décadas foi transferirem as vinhas dos terrenos férteis e ricos de aluvião, provavelmente os mais férteis do país onde originalmente estavam (que produzem facilmente em quantidade, mas vinhos de baixa concentração e aroma) para os terrenos bem mais pobres e arenosos, onde as vinhas têm baixa produção mas conseguem produzir uvas mais doces e concentradas, e vinhos bem mais encorpados.

Mas desculpem o offtopic, e sempre podemos prosseguir estas ideias no tópico destinado aos vinhos... :)

No caso das cervejas, a situação fica ainda mais complicada... Lá no sul da Alemanha, há uma lei que diz que uma cerveja só pode conter TRÊS ingredientes... Água, cevada e lúpulo... Aí começa a encrenca...

Cevada, é um cereal. Pouquíssimo exigente em termos de qualidade de solo... Aliás, é provavelmente o pior dos cereais para consumo humano. Não é à toa que foi relegada à alimentação animal e produção de bebidas. O teor de açúcar da cevada é tão fraco, que foi necessário descobrir o processo da MALTAGEM, que consiste em expor a cevada à umidade e temperatura controladas, situação em que as sementes GERMINAM e têm seu teor de açúcar aumentado no metabolismo da germinação. A seguir são secas e os rizomas podados. Mas cevada, não dá em qualquer lugar... Aliás, a única exigência dela é CLIMA... E clima FRIO...

É por isso que no Brasil utiliza-se tudo que é cereal na fabricação de cerveja... Vai milho, vai arroz, vai até aveia forrageira (a aveia não forrageira também não se dá bem em clima quente...). A cevada maltada que vai na fabricação de cerveja no Brasil, é IMPORTADA. Há ainda uma boa quantidade de cevada crua importada e maltada no Brasil...

No caso do lúpulo, a situação piora ainda mais... A produção no Brasil, é pífia. E pela mesma razão da cevada... A planta odeia clima quente.

Água aqui, temos de sobra e de ALTÍSSIMA qualidade. Infelizmente, é o menos estratégico e caro dos ingredientes.

Não sei como se produz cerveja em outros países não europeus. Não acredito que eles consigam resistir à "tentação da mistureba", ou seja, colocar ingredientes baratos para calçar a falta de ingredientes nobres e maximizar lucros...
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Re: Minha trajetória com cervejas importadas (e não só) no Brasil
« Reply #59 on: November 20, 2014, 10:38:47 am »
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Excelente resposta Edu! Fez lembrar-me os cursos que fiz recentemente!  ;D

Actualmente, e a nível mundial (falando apenas em Cervejeiros Artesanais) já ninguém segue á risca o Reinheitsgebot. Se nos países que mencionas, foi por necessidade, cá na Europa foi mesmo por imaginação e um querer romper com as tradições. Aliás, as razões do Reinheitsgebot já não se põem... a matéria prima já tem qualidade suficiente para fazer excelentes produtos finais não contaminados.
Eu próprio no meu primeiro lote mandei logo o Reinheitsgebot ao lixo! Numa Stout meti Lactose e Baunilha de Madagáscar!!!  ;D ;D ;D
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